quarta-feira, 6 de junho de 2012

Coração

O velho tinha cara de boa gente, sempre dava um pirulito daqueles "coração". Era manco da perna esquerda e não tinha um olho. O que sobrou não parava de lacrimejar. Mesmo lenço enxugava as lagrimas e limpava o nariz. Quando ninguém olhando escarrava.
Na sexta já bem tardinha, quase noite, passou e me deu um "coração". Nem vi dobrar a esquina. A vista embaçou e desmaiei. 
Acordei amarrada e o velho me comendo. Baforava "coração" na minha cara. 
Em casa jantei no quarto. O pai chamou de puta e a mãe riu.

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