domingo, 12 de agosto de 2012

Giro 31


3 minutos para sair do terminal. 3 minutos? Obras, ano de eleição, cartaz de coração. Estão arrumando a escada. Lá dentro – a parede, perto do ‘quanto falta pra chegar’, ficou repleta de buraquinhos, depois rebocaram de volta – coisa de tucano.  
O caminho calçadão/praça dá pra ganhar 2 minutos se for pelo lado direito. Além de que bate sol pra lá (quando eu passo, não pergunte onde está o astro rei). Trocaram as lâmpadas. Ainda fede. A mulher da risada engraçada está lá. Tem o desempenho do velho da capa preta, alguns chamam de São Francisco. Se for pela praça encontra o índio engraxate, se seguir em frente passa pelas lojinhas dos ‘brimos’.
Em frente a Pernambucanas tem um café engordurado, bonito. Antes era uma japonesa que oferecia pastel. Pegava um de queijo em gentileza. Agora é outra, não lembro a fuça. Só sei que resolveu encher de furinhos a parede. Burra!
Não assuste se topar umas índias. Tentar uma conversa é pouco útil. Entende-se por gestos e olhares. Um problema que não vai embora com as obras do terminal. 

domingo, 10 de junho de 2012

A.Q

1º páreo! Sapeca Ia Iá arranca na frente, lá vem Hiver, Espanave Boy, Funk American. Não menos veloz, com a desvantagem da largada sobe Amy Queen e logo na 'cola' Big Caçador. A menina berra tanto que perde o chiclete, Sapeca Ia Iá! Os cavalos passam vertendo barro para quem assiste do 'cercadinho'. Os velhos apostam, riem em pigarros escolhendo o próximo páreo! Como espólio do 1º round, Amy Queen se esvai em sangue, hemorragia! 2º páreo, riso, pigarro, barro, hemorragia.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Coração

O velho tinha cara de boa gente, sempre dava um pirulito daqueles "coração". Era manco da perna esquerda e não tinha um olho. O que sobrou não parava de lacrimejar. Mesmo lenço enxugava as lagrimas e limpava o nariz. Quando ninguém olhando escarrava.
Na sexta já bem tardinha, quase noite, passou e me deu um "coração". Nem vi dobrar a esquina. A vista embaçou e desmaiei. 
Acordei amarrada e o velho me comendo. Baforava "coração" na minha cara. 
Em casa jantei no quarto. O pai chamou de puta e a mãe riu.

domingo, 13 de maio de 2012

"Tiradentes"

A câmera pendurada entregava o ouro. Quem olhava desviava. Um atravessou a Coronel Cláudio. Outro fez que não olhou e tirando um cigarro do bolso piscou para si mesmo.
O cachorro que passava na Praça Barão foi mijar bem no "Tiradentes". O cara estranho da câmera se distraiu com os pombos e perdeu a foto. Satanás. É pecado chamar cachorro de Satanás? Tenho um amigo que... Olha! A foto do cachorro mijando no "Tiradentes" sairia boa, a luz que bate ali. Sabe que algumas senhorinhas fazem o sinal da cruz em frente ao "Tiradentes"? Parece Cristo!
Ontem teve um teatro de rua na praça. Um tal de "Às de Paus". Trouxe o baralho? Cadê o Pita?
Se forem jogar amanhã mande teu piá avisar lá em casa quando for buscar pão!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Primeiro horário

Sobre a mesa um copo com resto de café que já fedia, dois livros abertos para apoio à aula "Ctrl c + Ctrl v".
Apertada a calça pela cinta, sobravam dois gomos na barriga, pança vomitada parecia prestes a ejacular tripas nos alunos. Na primeira fila, a gordinha que de tempo em tempo se espremia segurando algum desarranjo. A crente respirava a gordinha, sentia-se pecadora por desfrutar tamanho perversão. Oh, Deus.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ponta Grossa

Adoro o ar princesino. Aqui não preciso cumprimentar ninguém...
No ônibus, nem um 'pio'. Todos com cara de: Paguei R$ 2,40 e vai demorar mais quinze minutos.
Aqui ninguém bate na minha porta se não saio por três dias. É um "acordo" de vizinhos - Se começar a feder é porque morreu!
Um assalto na farmácia, outro no terminal. Ninguém dá a mínima pra feira de filhotes no Parque Ambiental.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Posse do Presidente

Cedo pula da cama e corre até o banheiro. Liga o chuveiro (elétrico) e três ou quatro vezes molha o pé. Sempre no "inverno" é daqueles que sai rosa do banheiro, já pontilhada de suor a testa.
Volte, você, ainda no banho, escova as unhas do pé até doer. Um sabonete para o rosto, outro para o corpo. Se tem pentelho logo sai pelado aos berros!
- Se usarem meu sabonete mais uma vez vou empalar um por um!!!
Pregou um espelho em frente ao outro. Para entre eles, tira metade do pote de gel azul (sem álcool) de uma vez. Prepara, lentamente, os fios que lhe restam e sai (rosa, testa pontilhada, pés em carne viva).
Passa o café na meia. Enche o copo, toma um golé e joga o resto no ralo. Fuma um Camel, dá ânsia, quase vomita na grama, mas fuma.
Enrrola o cinto na mão esquerda e sobe já berrando. São seis, os três meninos dormem no primeiro quarto. Calejados de apanhar, quando o pai sobe já estão vestidos! O problema é uma das meninas, sofre de algum problema de sono. Não acordaria nem sendo a segunda-feira de Hiroshima.
Mais vermelho que no banho, agarra a coitada pelos cabelos e arrasta até a escada.
Posse do Presidente, as crianças com medo até do nome, o locutor capricha no Garrrrrrrrrrrrrrrastazu.