quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vênus

- Vênus, Vênus, divina Vênus!
Desapegando os olhos da parede, onde estava uma pequena cópia da Vênus de Milo, arremeteu contra o papel e arrancou dois versos que completaram a quadra começada às cinco da manhã.
A xícara de café, que trouxe cedo, estava ali, intacta e fria sobre a mesa; a cama, ainda desarrumada, era uma pequena cama de ferro, a mesa que escrevia era de pinho; a um canto um par de tênis.
Com os pés metidos em chinelas velhas, com a cabeça apoiada na mão esquerda, ia escrevendo... Quando acabou, releu e queimou.

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